O primeiro passo para organizar uma viagem para o Jalapão é encontrar uma boa agência de turismo. Geralmente as empresas oferecem pacotes entre três e sete dias que são quase iguais, mas isso não quer dizer que a experiência é a mesma. O Parque Estadual do Jalapão ocupa uma área de milhares de quilômetros, as estradas de barro não oferecem as melhores condições e as atrações são quase sempre distantes e algumas díficeis de encontrar. Por isso, tentar fazer o Jalapão de forma independente, é garantia de perrengue.
Olhando os roteiros que recebemos das agências, percebemos que não gostaríamos de fazer muitas atrações e optamos por um passeio personalizado de cinco dias com foco nos fervedouros, rios e cachoeiras. Decidimos fechar com a Jalapão Brasil, que era bem avaliada no TripAdvisor e também tinha o melhor preço. A decisão foi muito acertada e fez toda diferença na viagem. A empresa escolheu excelentes pousadas, nos ajudou a otimizar nosso roteiro, além de oferecer gopro e drone (alugado à parte). Durante quase todos os dias fomos guiados por Victor, dono da agência, que também é um ótimo fotógrafo.
É importante ter em mente que, mesmo que as distâncias pareçam pequenas no mapa, as condições das estradas afetam consideravalmente o tempo de deslocamento. Outra vantagem do personalizado é que fomos contra o fluxo dos turistas e podíamos ficar mais tempo nas atrações e muitos vezes tínhamos os fervedouros só para nós.
Primeiro Dia

Às 7h30, a empresa nos pegou no Hotel Astoria e seguimos por aproximadamente quatro horas até pararmos para almoçar em uma comunidade quilombola. A comida caseira feita no forno a lenha era simples e bem gostosa. Todos os restaurantes quilombolas que paramos possuem um redário maravilhoso.
Nossa primeira atração foi a Lagoa do Japonês, em Pindorama. O lugar impresisona por suas águas cristalinas e nos deu a certeza que começamos o Jalapão com o pé direito. É possível nadar até uma gruta ou pegar um barquinho em um trajeto que leva menos de cinco minutos. Por conta da quantidade de pedras, é essencial um sapato aquático.
Passamos algumas horas na lagoa e, quase no final da tarde, seguimos para Pedra Furada para ver o pôr-do-sol. A caminhada é bem tranquila e aofinal nos deparamos com um conjunto de bloco de arenito esculpido pelo vento e chuva durante milhares de anos. É uma delícia curtir a paz do lugar, onde é impossível ignorar o som dos passáros.
À noite, chegamos na Pousada Coelho, em Ponte Alta, onde tamém jantamos. O lugar é ótimo, tem uma piscina que fica aberta até às 21h30. Pena que estávamos exaustos. Durante a viagem, é importante lembrar de deixar na mochila de ataque tudo que você vai precisar durante o dia, já que só pegamos a mala no final do dia.
Segundo Dia

No segundo dia, saímos às 7h30 para o nosso primeiro dia de fervedouros. O tempo parecia bem instável, então decidimos trocar a ordem. Por conta da chuva, o Fervedouro do Ceiça estava escuro, mas mesmo assim foi o mais quentinho da viagem. Confesso que bateu um medinho de nunca ver um fervedouro azul, mas estava bem errada.
Mesmo com o tempo nublado, fomos para o Buritizinho, um fervedouro miudinho, lindo e com águas bem azuis. Depois fomos para o Fervedouro Bela Visa para um banho noturno. Tivemos os últimos dois fervedouros só pra gente, o que deixou o dia bem especial!
Passamos à noite em Mateiros, na Pousada Recanto do Jalapão, outro ótimo local.
Terceiro Dia

Mais um dia com foco nos fervedouros e nos rios. Começamos pelo Fervedouro Rio do Salto e seguimos para o Macaubas, ambos quase vazios e sem fila. O Macaubas é o menos azulzinho de todos que visitamos, acredito que seja por conta da altura da água. Porém ele é o que possui mais nascentes e foi um dos meus favoritos.
Em seguidas, fomos para o Rio Formigas. Com águas absurdamente verdes e uma pequena queda d’água, não existe limite de tempo e eu ficaria tranquilamente o dia inteiro ali. Depois de algumas horas, fomos para a Cachoeira dos Buritis, uma pequena cachoeira que não tinha ninguém. Para aproveitar o bom tempo, decidimos adiantar o Fervedouro Por Enquanto.
Para fechar o melhor dia, também tivemos o melhor hotel. Ficamos na Pousada São Félix do Jalapão, que tem piscina, sauna e uma comida bem gostosa. Gostamos tanto que pedimos para repetir a programação no dia seguinte, o que não foi possível. Hoje, eu ficaria dois dias em São Félix, para repetir o Rio Formiga, Cachoeira Buritis e aproveitar mais do hotel.
Quarto Dia

Como estávamos indo contra o fluxo dos turistas, essa foi a primeira vez que pegamos fila para um fervedouro. Com mais de uma hora de espera e permanencia de apenas 15 minutos, decidimos ir para o Fervedouro Alecrim, que estava vazio. Passamos algumas horinhas lá e seguimos para Cachoeira do Encantado.
Dormimos em Taquarussu, na Pousada CAfé da Mata.
Quinto Dia

O último dia da viagem foi para fazer uma trilha leve até a Cachoeira Escorrega Macaco e Roncadeira. Chegando à Roncadeira, é possível fazer um rapel de 70 metros. A trilha para chegar ao topo é curta, mas de dificuldade média para sedentários como eu hahaha Achei uma experiência muito massa e, apesar de quase ter desistido, repetiria.
Encerramos nossa viagem ao Jalapão e à tarde, seguimos para o Hotel Araguaia, no centro de Palmas.