O Sul da Bolívia guarda uma das paisagens naturais mais impressionantes da América do Sul. O Salar de Uyuni, maior deserto de sal do mundo, possui mais de 10 mil quilômetros de extensão e aproximadamente de 25 mil toneladas de sal.
Todos os dias, dúzias de turistas desembarcam em Uyuni para explorar este lugar único. Com apenas 10 mil habitantes, a economia da pequena cidade gira em torno do turismo. São inúmeras agências, pousadas e restaurantes que disputam a atenção dos viajantes. Enquanto isso, grandes empresas exploram o Salar de outra forma, retirando minerais como lítio e sódio.
Se você sonha em conhecer o Salar de Uyuni, preparamos um guia contando tudo que você precisa saber para organizar sua viagem. Como chegar? Quanto custa? Quando ir? Como são os tours? A gente conta tudo nesse post 😉
Como chegar
Na Bolívia, os tours para o salar saem de Uyuni, que fica a 600 km de La Paz. A cidade possui um pequeno aeroporto doméstico que recebe voos diários de La Paz, Sucre e Santa Cruz de la Sierra. . Os preços das passagens variam entre R$ 380 e R$ 500.
Também é possível pegar um ônibus saindo de La Paz. Como são 10 horas de estrada, a maneira menos sofrida é pegar um ônibus leito e fazer a viagem noturna. Fui com a empresa Panasur, foi super tranquilo e paguei cerca de $20 dólares na passagem.
Cheguei em Uyuni às 6h. Como a cidade em si não tem grandes atrativos, comecei a travessia algumas horas depois. Apenas tomei café e paguei para tomar banho em uma pousada no centro.
Para quem está no Deserto do Atacama, no Chile, quase todas as agências também oferecem o tour de três dias até lá. .
Quando ir

A boa notícia é que o Salar de Uyuni pode ser visitado quase o ano inteiro. Fevereiro e março, período de chuvas na região, são os meses para quem deseja ver o salar com aquele efeito espelhado. Em janeiro, as chuvas são mais fortes e existe o risco dos passeios serem cancelados.
A má notícia, pelo menos para mim, é que é sempre frio. Junho, julho e agosto são os meses mais frios, com mínima de -15 graus durante à noite. Entre dezembro e março os turistas podem aproveitar o salar com um frio menos dramático, já que a mínima costuma ser 5 graus
Abril, maio, setembro, outubro e novembro, são os meses de temperatura mais amena. Fui em novembro e a temperatura chegava a 20 graus, mas caia para abaixo de zero durante à noite.
Em alguns pontos venta muito, o que torna a sensação térmica muito pior.
Agências
Não precisa fechar nada com antecedência. Assim que você desce do ônibus, você é incessantemente abordado por vendedores. Aliás, deixar para fechar a agência por lá é uma garantia de conseguir preços melhores e sempre há vagas. Todos os dias, dezenas de carros saem de Uyuni por volta das 09h. A viagem é feita em um carro 4×4 que leva 6 turistas.
Antes de chegar, dei uma olhadas nas agências mais bem avaliadas no Tripadvisor. Acabei escolhendo a Salty Desert e recomendo muito. Embora o roteiro seja o mesmo em todas, existem vários relatos de motoristas descuidados, carros quebrados, comida ruim… Então escolher uma boa empresa faz toda a diferença.
O motorista falava apenas espanhol. Ele conhecia bem a região, dava explicações sobre a história e geografia e tirava ótimas fotos.
Como é a viagem pelo Salar de Uyuni

Em Uyuni, as agências oferecem tours que vão de 1 a 4 dias. O de um dia é um bate e volta para o deserto de sal e cemitério de trens. Escolhi o passeio de três dias e, além do Salar, passamos por inúmeras lagoas, geisers, dormimos em um hotel de sal e vimos flamingos, muitos flamingos 🙂
Eu fui psicologicamente preparada para uma viagem cheia de perrengues, com comida ruim e hotel capenga. Fui surpreendida positivamente. Claro que, no meio de um deserto, não dá para esperar grandes luxos, mas achei a estrutura boa. Durante duas noites, dividi o quarto com meninas que estavam no mesmo grupo de viagem.
Primeiro Dia

A primeira parada é ainda em Uyuni, em um cemitério de trens. Os vagões foram trazidos para Bolívia no início do século 20 e a corrosão é acelerada por conta do sal. Em seguida, segue para um mercado, na entrada do Salar, onde dá para comprar souvenirs feitos de sal.

Durante o primeiro dia, o deserto de Sal é a grande estrela! Percorremos quilômetros de uma imensidão branca impressionante. É surreal pensar que, um dia, toda essa região foi coberta pelo mar.

Paramos para almoçar em um restaurante de sal. Tijolos, mesas, cadeiras…tudo feito de sal. A refeição foi boa, com porções generosas de carne, quinoa, salada e refrigerante.

Depois do almoço, seguimos para a Incahuasi, uma ilha de cactos gigantes ali no meio do deserto. Passamos a noite no Hostal de Sal Los Lipez. Assim como o restaurante, tudo era feito de sal, inclusive as camas. Tinha água quente e o quarto era aquecido.
Segundo Dia

No segundo dia, o branco do deserto de sal fica para trás e fomos apresentados as outras cores da região. Durante todo o dia, vimos lhamas e vicunhas correndo livremente por ali.
Paramos no Salar de Chinguana, que possui uma quantidade menor de sal e é misturado com areia. O mais bonito ali é a vista para o vulcão Ollangue. Depois a gente sobe um morrinho para vê-lo de outro ângulo.

Mas o auge do dia são as Lagunas do Altiplano Boliviano. As águas da laguna refletem com perfeição as montanhas e são o lar de centenas de flamingos. Inclusive, uma quantidade muito maior do que vi no Atacama.
Almoçamos com vista para a Laguna Cañapa, uma das melhores vistas que já tive durante uma refeição.

Passamos pelo Deserto Siloli, onde fica a famosa árvore de pedra. A Laguna Colorada, com águas em tom vermelho por conta das algas, marcou o final do dia.
Passamos a noite em um hotel mais simples, mas quentinho. Apesar de também oferecer duchas, difícil encarar a água gelada!
Terceiro Dia

O dia começa muito cedo. Ainda antes do sol nascer, saímos para ver os geisers. Depois passamos pelas piscinas termais. A última parada, para mim, foi a Laguna Verde.

Depois disso, o motorista me deixou na fronteira com o Chile, onde peguei o ônibus para o Deserto do Atacama.
O resto do grupo retornou para o Uyuni e, segundo o motorista, passariam por mais duas lagoas.
Quanto custa conhecer o Salar de Uyuni
Escolher fazer o Salar de Uyuni saindo da Bolívia é a maneira mais barata. O valor do pacote inclui: transporte, hotel por duas noites, todas as refeições e, no meu caso, consegui negociar e incluir a passagem de ônibus da fronteira do Chile para o Atacama. O valor não inclui ingressos, que devem ser comprados a parte.
Antes de começar a viagem, passe em um dos mercados e leve pelo menos 5 litros de água e alguns lanches.
Valor em Bolivianos | Valor em Reais ( cotação de fevereiro de 2019) | |
Tour de 3 dias | 670 Bolivianos | R$ 356 |
Entrada Incahuasi | 30 Bolivianos | R$16 |
Entrada Reserva Nacional da Bolívia | 150 Bolivianos | R$ 80 |
Banho | 10 Bolivianos | R$ 5,50 |
Comida | 50 Bolivianos | R$ 27 |
Termas | 20 Bolivianos | R$ 10 |
Imigração ( saída da Bolívia) | 15 Bolivianos | R$ 8 |
Mais sobre a Bolívia:
10 coisas que você precisa saber antes de ir para o Salar de Uyuni
Muito bom e informativo!
Irei no fim do ano (fim de novembro) com minha namorada e queremos iniciar na Bolívia e ir para o Atacama. Sabe dizer que horas acaba o tour no 3o dia?
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Oi, Gustavo! Eu fiquei na Fronteira com o Chile por volta das 10h e peguei um ônibus para o Atacama. Dali, o carro seguiu de volta para Uyuni, mas não sei informar que horas chegaram.
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